Filhos: Como Estabelecer e Manter Limites



Don A. Blackerby, Ph.D.
Imagine o seguinte diálogo:
Mãe: "Como você vai punir o Barry por ter desobedecido ao horário de voltar?"
Pai: "Eu não sei. O que você quer fazer?"
Mãe: "Eu não sei. Você é que decide."
Pai: "Eu não posso decidir. Eu vou fazer o que você quiser."
Mãe: "Eu decidi da ultima vez. Desta vez você decide."
Etc…………
Etc…………
Etc…………
Soa familiar? Ou, eles também podem estar tentando decidir em que restaurante ir, ou ver que filme, ou mesmo, aonde ir nas próximas férias, etc. Esse é um destes pequenos, mas não menos frustrantes, diálogos que atuam como uma infecção viral progressiva nos relacionamentos. A estrutura oculta que faz isso aparecer é a falta de limites. Um limite é quando, numa certa situação, uma pessoa sabe exatamente o que ela quer (de maneira profunda apesar de nem sempre demonstrar) e está decidida a exigir com congruência ou então sustentar com consistência. Uma das principais razões porque alguns têm problemas em estabelecer limites nos nossos relacionamentos diretos é nossa incapacidade em pedir o que nós queremos. O que nós REALMENTE QUEREMOS, lá no fundo.
Como nós sabemos quando precisamos estabelecer um limite? Para muitos de nós, isso ocorre junto com algum dos seguintes fatos: nós somos acusados, somos humilhados, atacados, rejeitados, abusados, estamos zangados, nos explicamos excessivamente, nos justificamos ou à alguém, nos defendemos ou à alguém, somos escolhidos como vítima, somos provocados, agarrados, coagidos, e/ou manipulados.
Na minha experiência de ajuda a centenas de crianças de todas as idades com seus problemas na escola, eu percebi que a falta de limites provoca um efeito desestabilizador em muitas famílias. Quando as nossas crianças estão crescendo, a estrutura é uma das muitas características de uma família feliz. Se as nossas crianças não sabem o que se espera delas, elas acabam confusas e frustradas. Muitas delas acabam tendo problemas em tomar decisões. Elas também não têm metas que possam chamar de suas e nenhuma direção para efetuar alguma coisa. Isso acontece quando um ou os dois pais tomam as decisões pela criança. A criança aprende a esperar até que o pai diga a ela o que fazer. Limites definidos para uma criança dão a ela os parâmetros dentro dos quais ela tem a oportunidade de exercitar suas habilidades de tomar decisões. A situação obviamente irá variar com a idade da criança e se tornar mais complexa e variada conforme a criança fica mais velha e pode lidar com mais responsabilidades.
Lógico que existem outros cenários mais sérios que resultam da falta de limites. Algumas vezes as pessoas permanecem com relacionamentos fracassados por muito tempo. Alguns indivíduos irão permanecer em relacionamentos abusivos quando eles não conseguem estabelecer limites. Uma das características mais óbvias da dependência é a incapacidade de estabelecer limites. Muitos problemas entre pais/filhos na educação são também um resultado direto disso.
A razão para isso tem três partes. Primeira, algumas vezes nem nós sabemos o que realmente queremos. Segunda, algumas vezes nós não podemos pedir por aquilo que nós queremos. Terceira, muitas vezes nós somos "fisgados" pelas emoções profundamente enraizadas as quais nos jogam para fora dos nossos limites.
Algumas das razões pelas quais nós não sabemos o que realmente queremos são: a – nós não sabemos como nos concentrar e ir fundo dentro de nós mesmos para descobrir; b – nós estamos servindo tanto outra pessoa que nós nos negamos; c – nós temos receio de revelar o nosso lado mais profundo; d – nós temos medo de sermos rejeitados; e – nós sentimos que estamos sendo egoístas; f – ou mais seguido, nós sentimos que aquilo que nós queremos não conta.
As razões pelas quais nós não pedimos o que queremos são iguais quando não temos certeza. Nós não temos permissão. Nós pensamos que os outros vão nos considerar egoístas. Nós pensamos que aquilo que nós queremos não interessa aos outros. Ou, ao pé da letra, nós não sabemos como pedir.
Nos seminários que eu conduzi sobre o estabelecimento de limites, sempre me surpreendi ao olhar para donos de empresas, advogados, psicologistas e outros tipos de profissionais altamente bem sucedidos e articulados, em como suas palavras viram uma papa em suas bocas quando eles tentam pedir por aquilo que eles querem de verdade. Eles simplesmente não conseguem fazer as palavras saírem.
Na terceira razão pela qual não estabelecemos limites, as emoções nos "fisgam" porque estão enraizadas em problemas não resolvidos da vida, como: precisa tomar conta de outros, precisamos nos explicar, precisamos nos defender, precisamos manter a paz, precisamos que gostem de nós ou de sermos amados, etc. Esses são problemas geralmente ocultos da infância os quais nunca foram resolvidos, e que tem muito pouco a ver com o nosso atual cônjuge ou situação. Normalmente, tem muito a ver com a nossa historia pessoal na infância.
Assim, mesmo se nós pudermos determinar o que nós queremos e pedir por isso, essas emoções irão liquidar com a nossa concentração e nos impedir de manter os nossos limites. Nós terminamos argumentando sobre coisas que realmente não nos importam e nos desviamos do nosso pedido original, daquilo que nós queremos. Quando isso acontece, algumas vezes, nos sentimos manipulados ou coagidos, ou brabos. Algumas vezes nós brigamos. Outras vezes nós nos retraímos. A má noticia é que isso acontece com muitas famílias. A falha em estabelecer limites é um dos principais cancros que roubam a intimidade, o respeito e a confiança das famílias. A boa noticia é que estabelecer limites é uma habilidade valiosa e que pode ser aprendida.
REGRAS DA CONFRONTAÇÃO
Algumas vezes nós não estabelecemos limites nos relacionamentos porque ficamos receosos da confrontação ou da raiva. Alguns de nós somos mantenedores naturais da paz e qualquer ameaça de briga ou confrontação nos leva a fazer qualquer coisa para acalmar as águas e sossegar a todos. Infelizmente, nossos próprios limites são muitas vezes violados no interesse da manutenção da paz. Quando os outros constantemente violam nossos limites, nós precisamos enfrentar nosso comportamento para manter nossos limites. Para fazer isso, nós precisamos ser capazes de enfrentar isso de uma maneira segura e saudável. Você faz isso de acordo com as seguintes "regras da confrontação".
NÃO FAÇA
Não ataque - Acusar a outra pessoa elicia uma das duas seguintes respostas – briga ou fuga. Nenhuma das duas respostas é útil no estabelecimento de limites e causará o aumento da confrontação para uma retirada física ou emocional. Essa retirada produz uma atmosfera na qual nenhuma das pessoas se sente com liberdade para falar franca e abertamente. Outro meio de atacar inclui o sarcasmo. O sarcasmo é muito sutil e dissimulado e difícil de detectar como um ataque. Também, o uso excessivo da palavra "VOCÊ" causará a outra pessoa sentir como se você estivesse apontando um dedo verbal para ela e a atacando.
Não humilhe – humilhar a outra pessoa é um ataque na identidade da outra pessoa ou no caráter. Isso pode enganchar com fracassos da sua infância ou outra humilhação que ela tenha enterrado. Se ela aceita a sua humilhação, isso fará com que ela torne-se extremamente embaraçada ou incapaz de permanecer concentrada e incapaz de negociar limites com você. Mais tarde ela pode ser tornar ressentida e amarga.
Não rejeite – rejeição é uma diminuição do caráter ou do valor da outra pessoa. Envolve dizer "não" sem consideração do ponto de vista da outra pessoa como se não importasse o que ela pensa ou sente. Também pode ser feito ao tomar decisões unilaterais sem consultá-la (provavelmente porque não importa o que ela pensa ou sente).
Não se explique, se desculpe ou se defenda – quando você estabelece um limite, você tem a oportunidade de mostrar o seu raciocínio e as razões para o limite ANTES que você entre numa confrontação. AS RAZÕES NÃO PRECISAM SER REPETIDAS! Se você as repetir durante a discussão, você se encontrará explicando demais as razões, se desculpando ou defendendo as razões. Isso vai lhe tirar da sua concentração e impedi-lo de manter seu limite com consistência. Normalmente, a discussão se deteriora para uma altercação sem sentido sobre algo nem sempre relacionado com o que iniciou a discussão.
Não use as palavras Mas, Porque, Só, Tentar ou Eu sinto muito – essas palavras são um convite para prolongar a confrontação. Elas também o seduzem a se manter distante do seu limite.
FAÇA
a. Diga "Eu quero…" ou "Eu não quero...". Essas são afirmações de limites. Quando começa a confrontação, e depois que você tiver exposto os esclarecimentos, as desculpas, etc., foque quase que exclusivamente nos seus limites. Mesmo que você pense que está sendo cansativo ou redundante, fique apenas repetindo os seus limites – o que você quer e/ou não quer.
b. Você também pode falar sobre os sentimentos e emoções (seus ou deles). Não fale sobre situações ou comportamentos. Os exemplos são:
  1. "Eu entendo o que você sente ...(apenas uma palavra)..." e então repita o que você quer ou não quer.
  2. "Eu me sinto preocupado quando você ..." e então repita o que você quer ou não quer.
Lembre que essas regras de confrontação ocorrem DEPOIS de ter ocorrido "uma discussão razoável". Normalmente os esclarecimentos, desculpas, etc, já ocorreram e você não precisa repeti-las.
O ponto principal ao estabelecer limites é pedir o que REALMENTE QUEREMOS – LÁ NO FUNDO. Isso envolve alcançar a concentração e nela permanecer. As regras da confrontação nos ajudam a ficar concentrados e a impedir de sermos atraídos para a raiva ou para argumentos intermináveis.
REGRAS DA RAIVA
Muitos de nós somos tão receosos da raiva que nos esquivamos dela e evitamos estabelecer limites porque nós "não queremos fazer ninguém ficar louco!" Isso nos priva de nosso poder natural. Raiva é uma emoção natural dada por Deus e que serve a um propósito. A fim de ser utilizada, nós precisamos simplesmente saber como lidar com ela para que não aumente e fique fora de controle.
Não blasfeme, afague ou faça ensaio.
Quando você usa a blasfêmia, você corre o risco de escalonar a argumentação porque o uso da blasfêmia é muito aviltante e provocador. A pessoa normalmente irá retaliar ou se retrair. Em ambos os casos, você pode ganhar a batalha mas perde a guerra. Você provavelmente irá perder a sua concentração e será incapaz de manter o seu limite.
Quando você afaga, você está se ocupando com o diálogo interno, sobre como é triste a sua sorte nesta vida. Se você se descobre alimentando seu próprio "pote de piedades" antes de uma confrontação, você está se preparando para ter muitas emoções as quais podem ser fisgadas pela raiva da outra pessoa. Então você será facilmente derrubado da sua concentração e a confrontação se torna não produtiva.
Ensaio é quando você imagina a próxima confrontação e pratica o que você vai dizer. Você imagina a resposta deles e como ou o que você dirá para contrapor. Normalmente você vence esses ensaios. O problema com o ensaio é que ele constrói dentro de você emoções de raiva, de fúria, ou uma justificada indignação a qual é facilmente fisgada na confrontação quando a outra pessoa não responde da maneira que você ensaiou. As emoções se tornam muito voláteis e explosivas. De novo, você perde a sua habilidade de permanecer centrado e firme em seus limites.
Não reprima
Reprimir é quando você decide bloquear o problema e não tratá-lo – por qualquer razão. Quando você reprime as emoções e os problemas, eles tendem a aparecer de repente nas horas imprevistas ou em ocasiões sem relação nenhuma. Reprimir é como manter a chama sob uma panela de pressão e fechar a válvula de segurança – alguma hora algo acontece.
Expresse-se dentro de 24 horas
Algumas vezes a diplomacia ou o timing é mais importante do que honestamente "deixar tudo à mostra". Assim, coloque as emoções e a confrontação em espera até que ambos os lados possam receber e enviar as mensagens num estado de recursos. Isso não é reprimir. Isso é semelhante à clássica estratégia de "contar até 10". Você sabe que vai tratar disso e quer que as condições sejam ótimas para obter sucesso.
Expresse-se para a pessoa apropriada
Muitas vezes quando nós estamos numa confrontação, esgotamos a paciência de nossos amigos e colegas contando para eles tudo sobre a nossa confrontação. Isso é bom para desabafar a nossa frustração, mas faz muito pouco para nós ou para eles. Nem resolve o problema com a pessoa certa. Depois que você tiver encontrado a melhor hora, tenha certeza de que você expressou as suas emoções e limites para a pessoa apropriada e não para um terceiro.
Tire da sua mente e desculpe-o, e não esqueça
Se você foi maltratado pela outra pessoa e depois que você teve a confrontação, compartilhe as suas emoções e estabeleça o seu limite, tire da sua mente e desculpe a pessoa, e desligue-se da situação na sua mente e coração. Isso libera uma grande quantidade de energia emocional para atividades mais produtivas. Entretanto, tenha certeza de que você tenha na memória o incidente ou a situação, caso ela ocorra novamente. Não lembrar pode ocasionar abusos repetitivos. Assim, depois que você se desligar das emoções, é melhor guardar na memória de um modo separado. Deste modo, você tem a memória mas não a pressão do excesso da bagagem emocional.
Conseguir e se manter concentrado
Colocar-se num estado de recursos e concentrado antes da confrontação é a melhor preparação que você pode fazer para você mesmo. Lembre-se, se você ficar confuso ou se sentir que está ficando emocionado, é certo dizer "Eu quero pensar sobre o que você disse por alguns momentos." Então se recolha e junte seus pensamentos e sentimentos enquanto retorna para o estado de concentração. Depois prossiga com a confrontação.
ESTABELECENDO LIMITES COM AMOR
Quando você está numa confrontação, é muito importante para você e para a outra pessoa saberem que a confrontação é normalmente sobre comportamentos inaceitáveis e não sobre sentimentos pela pessoa ou seu valor como ser humano. Por essa razão é importante que você deixe-os saberem disso de uma maneira amorosa e carinhosa. Também é importante que você mantenha seu limite enquanto faz isso.
Se você se recordar, relações de limites são declarações básicas sobre o que você quer para si e o que você quer dos outros. Assim, uma declaração de limites soa como "Eu quero ..." e/ou "Eu quero que você faça ..." Uma vez que você tenha apresentado as suas explicações e a lógica para os seus limites, é importante persistir com sua declaração de limite enquanto estiver concentrado. Uma variação que pode ser usada é adicionar declarações de afago. Exemplos podem ser: "Eu me preocupo muito com você E eu quero...." ou, "Eu concordo com você E eu quero..." ou, quando você sentir que está perdendo sua concentração, "Eu quero pensar sobre o que você disse E eu quero ..(um certo tempo) .. para fazer isso." Ou se as emoções estão ficando muito fortes, você pode dizer "Eu adoro a intensidade das suas emoções E eu quero..." Note que a palavra de conexão é "E" e não "mas." Não use a palavra "mas" porque ela basicamente apaga da mente deles a declaração que feita antes.
Você pode obviamente usar combinações das afirmações de afago. Como "Uma das qualidades sobre você que eu realmente aprecio é a sua intensidade emocional E eu quero pensar sobre o que você disse por alguns minutos." Ou, "Eu concordo com algumas das coisas que você disse E eu gosto muito de você para não pensar sobre isso E eu quero que ..."
Também é muito importante lembra-los que você está estabelecendo um limite no COMPORTAMENTO deles e que eles como pessoas são estimados. Você pode fazer isso muito facilmente ao dizer "Isso não sobre quem você é como uma pessoa que eu estimo e gosto muito, isso é sobre um comportamento que eu acho inaceitável, E eu quero..." Ou, você pode dizer "Esse comportamento não é consistente com o tipo de pessoa que você é e a pessoa que eu amo e estimo, E eu quero..." Quanto mais você pratica esse tipo de padrões de linguagem, será mais fácil para usar com consistência com todos os membros da sua família.
EXERCÍCIOS PARA A INSTALAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE LIMITE
Melhor do que ter que se lembrar de estabelecer os limites, eu recomendo aos meus clientes que eles instalem neles uma estratégia que dispara automaticamente quando aparece uma questão sobre limite. A seguir tem uma lista de procedimentos que eu os faço seguir.
Na preparação para a instalação da estratégia de limite, é importante acessar plena e completamente os seguintes estados internos incluindo a fisiologia (postura, gestos,etc.) que os acompanha. Eles podem ser acessados por: lembrando-se de uma ocasião em que eles ocorreram e os revivendo, fantasiando sobre uma vez no futuro quando eles podem ocorrer, ou acessando o comportamento deles no presente. Por agora, pense na maneira que você pode acessar os seguintes estados:
A. Horas na sua vida quando você gostaria de estabelecer limites.
Para a maioria , isso ocorre quando você foi acusado, humilhado, atacado, rejeitado, abusado, ficou brabo, desculpou alguém ou a si mesmo, defendeu alguém ou a si mesmo, foi atormentado, provocado, agarrado, coagido e/ou manipulado. Invente uma afirmação que descreva ou que marque isso para você como uma questão de limite. A minha é "Alerta!"
B. Um estado de dissociação ou separação.
Quando você está olhando para si mesmo de fora do seu corpo e sem emoções. Ou, você pode imaginar vendo-se na situação. Pergunte-se de uma maneira dissociada: "O que está acontecendo aqui?"
C. Um estado de reconhecer as próprias emoções.
Entre em contato com seu corpo e suas emoções. Aonde no seu corpo, você percebe as suas emoções e como diferentes emoções o fazem sentir-se. Algumas vezes é mais fácil começar a praticar com emoções mais leves e progredir para as mais pesadas. Faça a pergunta "Como eu me sinto – agora?"
D. Um sentimento centrado, que vem lá do fundo.
Isso pode ser chamado de sua sabedoria interior, seu eu interior ou sua firmeza de caráter. Faça a si mesmo a pergunta "O que realmente eu quero – agora?"
E. Um estado de acariciar outros.
Isso pode ser com qualquer um. Escolha alguém que é mais fácil para você afagar. De fato, escolha diversas pessoas, filhos, netos, cachorro, etc. Pergunte-se "O que está acontecendo com eles?" Procure pelo positivo com sentimentos de amor e de afago.
F. Um estado de positividade, determinação e/ou confiança.
De novo, isso pode ser com qualquer contexto ou situação. Pergunte-se "Eu estou bem, o que eu quero deles agora?"
INSTALAÇÃO
Etapa 1 – pegue seis folhas de papel e escreva em cada uma delas um dos estados acima. Coloque-as no chão numa linha reta com cerca de 30 cm entre cada uma em ordem alfabética.
Etapa 2 – quando estiver pronto, fisicamente pise em cada uma das folhas e acesse o estado interno tão plenamente quanto possível. Tenha a certeza de fazer a pergunta fornecida quando você estiver completamente no estado. Faça cada passo separadamente, com um intervalo entre cada estado para permitir que a fisiologia retorne ao normal. Quanto mais você conseguir atingir o estado interno, melhor funcionará.
(Sugestão – deixe o estado interno "a" para o fim)
Etapa 3 – conecte os estados em conjunto caminhando de um para outro em ordem e fazendo a pergunta. Mova-se de um para o outro quando você sentir que os sentimentos do estado interno DESTE lugar COMEÇAM a se tornam fortes.
Etapa 4 – use a estratégia numa situação limite do seu passado. Imagine como teria sido diferente se você tivesse podido responder deste modo. Discuta a diferença com alguém. Você pode querer fazer isso com varias situações de limites do passado. Se você tiver alguma que envolva abuso, etc., você pode começar com as mais leves.
Etapa 5 – agora imagine as próximas vezes que você pode necessitar a estratégia do limite. Jogue com esses contextos ou situações na sua mente enquanto você percorre as seis etapas descritas acima. Quando você estiver passando pelas etapas, examine como você se sente.
Se você necessitar, pratique a estratégia com situações adicionais no futuro onde você pode precisar de bons limites. Depois de praticar duas ou três vezes, as etapas da estratégia começam a ficar automáticas e acontecem automaticamente. Tudo que você experimenta é que você pensa numa situação de limite ou uma acontece na vida real na qual você costumava ficar fisgado e você, de repente, se encontra no fim da estratégia.
UM EXEMPLO DE COMO ESTABELECER UM LIMITE
Imagine o seguinte dialogo entre um pai e um filho adolescente sobre a questão de decidir que hora deve voltar para casa numa noite qualquer, durante a semana, com aula no dia seguinte.
Pai; Chris, eu penso que num dia de semana, você precisa voltar antes das nove horas. Deste modo você pode ter certeza de que o seu tema de casa está pronto para ser entregue, relaxar e ter sua mente pronta para o dia seguinte, e descansar um pouco. Se existir uma situação de emergência ou incomum, chame sua mãe ou a mim antes das 9:00.
Chris: (num tom lamentoso) Oh paizinho, é muito cedo para voltar para casa. Eu de qualquer modo não vou me deitar antes das 10:30.
Pai: Numa noite com aula no dia seguinte, eu o quero em casa antes das 9:00.
Chris: (mesmo tom lamentoso e começando a ficar um pouco brabo) Eu acho que isso é injusto! Nenhum dos meus amigos tem que chegar em casa tão cedo.
Pai: Numa noite com aula no dia seguinte, eu o quero em casa antes das 9:00.
Chris: (ficando mais brabo) Isso não faz sentido para mim. Por que você estabeleceu as 9 horas? Eu acho que deveria ser as 10:00.
Pai: Existe algumas vezes em que eu realmente adoro a sua energia e a persistência e numa noite com aula no dia seguinte, eu o quero em casa antes das 9:00.
Chris: você está querendo me castigar por alguma coisa. Você não goste de mim como gosta da Sue.
Pai: É porque eu o estimo e o amo que eu estou estabelecendo esse limite. E outra coisa que eu quero agora é que essa é a ultima vez que eu vou dizer isso – numa noite com aula no dia seguinte, eu o quero em casa antes das 9:00.
Chris; O que vai acontecer se eu não estiver em casa as 9:00?
Pai: Obrigado por perguntar isto. Eu quero que você saiba as conseqüências. Cada vez que você perder a hora, na próxima vez a hora de chegada será 30 minutos mais cedo. E se você se atrasar duas vezes, eu vou colocar conseqüências adicionais tais como não emprestar as chaves do carro. Posso contar que você estará aqui as 9:00 numa noite com aula no dia seguinte?
Chris: Oh, Okay.

Don A. Blackerby, Ph.D. é fundador da SUCCESS SKILLS em Parker, Colorado. Ele foi professor de matemática e reitor de faculdade e fundou a SUCCESS SKILLS em 1981, a fim de focalizar o uso da PNL, Programação Neurolingüística, para ajudar os alunos com dificuldades na escola. Em 1996, ele escreveu um livro "Rediscover the Joy of Learning" (Redescubra a Alegria de Aprender) no qual ele descreve suas estratégias e processos baseados na PNL, para ajudar os alunos com dificuldade, inclusive os que têm Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA). Ele pode ser contatado de várias maneiras. Seu endereço e números de telefone são: SUCCESS SKILLS, PO Box 2804, Parker, CO 80134 USA. Seu e-mail é info@nlpok.com. Ele também possui um site na internet: www.nlpok.com.
Publicado no site da SUCCESS SKILLS
Tradução JVF

http://www.golfinho.com.br/artigospnl/artigodomes200404.asp