CRIANÇAS ATIRANDO EM CRIANÇAS
Don A. Blackerby, Ph.D.
Desde novembro de 1997, eu fui atraído pelos jovens perturbados em nosso país. Durante aquele mês, eu apresentei o seminário de dois dias sobre o meu livro "Rediscover the Joy of Learning" (Redescobrindo a Alegria do Aprender, ainda não traduzido para o português) para professores e conselheiros do Departamento Correcional de Utah. Esses professores e conselheiros eram os responsáveis pelos adolescentes que estavam encarcerados nas prisões de Utah. Mais tarde em maio de 1998, eu falei perante a Conferencia dos Jovens Perturbados para todo o estado de Utah, e minha atração cresceu ainda mais. Enquanto eu assistia o palestrante do governo contar a sua historia de como cresceu nas ruas, da sua associação com gangues e de como conseguiu reverter a sua própria vida, fiquei perplexo com os insights que me surgiram ao ouvir essa historia através dos níveis lógicos. (veja abaixo o debate sobre os níveis lógicos.)
Eu também estava chocado com os padrões similares que já havia visto em alguns dos estudantes com quem havia trabalhado. Quando os tiroteios nas escolas aumentaram em todo o país, fiquei ainda mais curioso sobre o que eu poderia fazer.
Eu estava atraído principalmente pelo processo de COMO esses adolescentes chegaram onde estão. Como foi que eles se perderam nas fendas do nosso sistema social? Existe algum padrão que revelaria os problemas fundamentais do nosso sistema social que deveria ser corrigido? Podia eu, usando os processos de modelagem da PNL, encontrar esses padrões? Voltei para o meu gabinete na cidade de Oklahoma e comecei minha própria pesquisa. Como eu trabalhava com estudantes individuais que estavam "em risco", comecei a notar certos padrões que pensei podiam contribuir para a má situação desses estudantes. Escrevi um artigo, publicado em Outubro de 1998 na Anchor Point, chamado de "Ajuda à juventude conturbada - Encontrando a peça que falta no quebra-cabeça." Depois escrevi a continuação "Fundação defeituosa das nossas escolas" que foi publicado em fevereiro de 1999 na Revista da Associação de PNL do Reino Unido. Esses artigos também estão disponíveis no meu site www.nlpok.com.
Decidi ampliar a minha base de dados e comecei a trabalhar com as "Escolas Alternativas" da minha região as quais ajudam os estudantes problemáticos que estão passando por fases difíceis nas escolas normais. Entrevistei estudantes e professores para ver se podia descobrir algum padrão nas suas experiências que poderiam explicar porque os estudantes tinham "se perdido nas fendas" do nosso sistema educacional. E eu encontrei os padrões! E, os padrões eram consistentes em todos os estudantes! E, os padrões revelaram algumas soluções potenciais de como precisamos nos relacionar com os estudantes.
Os principais padrões que estão presentes em todos os estudantes que "têm problemas" que foram entrevistados são:
a. Trauma – o trauma estava presente em todos os estudantes. Nos estudantes com "risco" mais severo, existiam múltiplos traumas. Esses traumas ocorreram em casa ou com a família nos primeiros anos. Outros ocorreram nos relacionamentos com os colegas. E, a maioria ocorreu na escola como resultado deles não serem capazes de serem bem sucedidos nos exercícios escolares. Em muitos estudantes, o trauma ocorreu nos três casos. Algumas vezes, o trauma era uma percepção do estudante, ao contrário de um óbvio trauma físico ou mental. Ou, em outras palavras, ele era traumático por causa do significado que o estudante tinha atribuído ao evento.
b. Feedback inadequado – existe um tipo de feedback inadequado, o tipo de comunicação inadequada que os estudantes recebem dos professores, pais e dos colegas quando os seus comportamentos não são coerentes com as expectativas. Por exemplo, um estudante pode tirar uma péssima nota numa prova e o pai ficar alucinado e o amaldiçoar ou puni-lo. Se o feedback for percebido como abusivo, como censura ou julgamento, o estudante pode resistir ou retrair-se. Isso pode atrair mais feedback do mesmo tipo e a resistência ou a retração poderia intensificar-se. A injustiça percebida no feedback, junto com o aumento da resistência ou da retração, causa raiva que se não for revertida cresce para fúria.
c. Significado inadequado – o tipo de significado que o estudante liga ao feedback normalmente dita a sua reação. Muitos estudantes "tomam isso pessoalmente" ao tomá-lo no nível da identidade (como no exemplo acima, o estudante pode pensar que ele é "idiota", "estúpido" ou "incapacitado para aprender.") Muitas vezes o feedback é percebido como sendo abusivo ou pessoal. Outras vezes, o feedback é bem intencionado e elaborado para ajudá-lo, mas o estudante assume que alguma coisa está errada com ele. Isso se coloca no nível da identidade. Intensificação. Em todos os estudantes com "problemas" ou "em risco", tinha ocorrido uma intensificação gradativa de contínuas divergências ou discussões. Ao invés do feedback ter sido um evento "ocorrido uma única vez" que poderia gerar uma correção, estes estudantes e suas famílias, colegas e professores transformaram o feedback numa batalha contínua. Assim, no exemplo acima, se o estudante se saiu mal em outra prova, o pai pode ter ficado ainda mais raivoso e o estudante reagiria furiosamente contra a raiva. O pai então começa a reagir contra a raiva do estudante. Muitas vezes a razão original é esquecida durante o desenrolar da discussão e substituída por questões como controle ou de proveitos ou de quem estava certo ou de autonomia. O aumento da fúria sobre a injustiça percebida e a falta de estratégias para administrar a raiva alimenta ainda mais a intensificação.
d. Alienação – visto que o estudante se sente atacado no nível da identidade, ele se sente diferente dos outros que parecem estar fazendo tudo certo (aqueles que o sistema considera como OK). Ele se sente separado e alienado. Isso aumenta o impacto emocional e ele se torna ainda mais traumatizado. Como a intensificação continua, ele procura por caminhos para recapturar um sentido de dignidade e de pertencer.
e. Busca pela identidade e do pertencer - desesperados para encontrar uma identidade e se sentir como pertencente a um grupo, eles procuram em volta por outros com quem se identificar. Eles encontram outros que estão passando pelo mesmo tipo de experiência e se juntam, na escola e na comunidade. Eles podem ser atraídos por um interesse comum como um tipo de musica, uma posição filosófica ou política, um estilo de vestir, de cabelo, de adornos no corpo, de drogas recreativas, etc. Suas buscas são seguidamente influenciadas pela TV, cinema ou grupos de musica. Esse sentido de identidade e de pertencer tem uma forte influência no modo como eles vivem suas vidas.
f. Revolta do grupo - o grupo pode agora se tornar aquele que está fazendo a revolta ou revidando contra os pais, professores ou as crianças que costumam atormentá-los. Não apenas ter uma identidade e um grupo ao qual pertencer, mas também ter um propósito em comum é uma coisa bastante inebriante. O nível de atividade desse grupo os isenta da responsabilidade pessoal das suas ações. Isso pode conduzir a comportamentos muito violentos como tiroteios incitados pelas gangues e o crescente número de crianças que estão atirando em outras crianças.
Esses padrões não ocorrem de uma forma linear. Muitos deles ocorrem simultaneamente durante um longo período de tempo. E a escola tem um papel único pois ela é um dos principais ambientes contínuos dentro do qual os padrões acima são criados e desenvolvidos. Ir à escola é uma das atividades mais importantes do crescimento. Uma das principais preocupações dos jovens é como eles se saem na escola, tanto social como academicamente. É o principal foco de preocupação da maioria dos jovens.
Enquanto os padrões acima continuam a aumentar de maneira exagerada, e a alienação se torna mais severa, os jovens se agrupam com sentimentos comuns por terem sido tratados injusta e incorretamente. A fúria se torna justificada dentro do grupo. Vingança pode ser uma maneira em comum de procurar alívio. Quando nós nos fixamos na violência dos filmes, da TV e dos jogos de computador onde esses estudantes gastam grande parte do seu tempo (eu escrevi sobre isso no artigo "Ajuda para Juventude Conturbada"), atirar nas pessoas que os trataram mal antes, parece a coisa mais normal a ser feita. Isso é particularmente verdadeiro quando se unem a grupos com mentes parecidas e ficam sentados não fazendo nada, discutindo sua situação comum. A alienação cresce bem como a demonização daqueles que eles se sentem alienados.
A maioria das soluções propostas pelos meios de divulgação não estão no nível lógico apropriado. Vamos revisar rapidamente os novéis lógicos.
NÍVEIS LÓGICOS
Espiritual/Sistema Maior – Os esforços para comunicar-se ou mudar neste nível afetam nossa experiência de ser uma parte de um sistema muito maior. Responde à pergunta A QUEM MAIS ISSO SERVE? ou QUAL É A MINHA MAIOR VISÃO?
Todos nós vivemos em sistemas. Esses sistemas servem a sistemas maiores, etc. Se a nossa vida serve a alguma coisa maior do que nós mesmos, isso nós dá propósito e significado a nossa vida.
Identidade – Os esforços para comunicar-se ou mudar neste nível afetam a auto-imagem e o objetivo global. Responde à pergunta QUEM SOU EU? e/ou QUAL É O MEU OBJETIVO?
Mudanças no nível da identidade são difíceis de fazer. Quando os outros julgam quem somos nós, nós tendemos a ficar na defensiva e a nos proteger. Quando os estudantes atribuem o feedback a este nível (mesmo se o feedback for bem intencionado) e o tornam negativo, prejuízos reais ocorrem à auto-estima do estudante.
Crenças e valores – Os esforços de comunicar-se ou mudar neste nível afetam a motivação e a permissão ao afetar as razões porque fazemos isto. Responde à pergunta POR QUE NÓS FAZEMOS ISSO?
Motivação real e forte é eliciada se a tarefa acadêmica à mão está conectada aos valores e critérios do estudante. Infelizmente, muitos estudantes, pais e professores não sabem como eliciar esses critérios e utilizá-los.
Capacidades – Os esforços de comunicar-se ou mudar neste nível afetam as ações comportamentais através de um mapa mental, uma habilidade ou uma estratégia. Responde à pergunta COMO EU FAÇO ISSO?
Para muitos estudantes, esse é um nível que falta visto que as escolas oficialmente não os ensinam como aprender na sala de aula. Elas deixam isso para o estudante resolver. As estratégias mentais que os estudantes usam são muitas vezes ineficientes e ineficazes. O nível perdido é a fonte de muitos dos traumas escolares para os estudantes.
Comportamento – Os esforços de comunicar-se ou mudar neste nível afetam as ações específicas empreendidas/tomadas dentro do ambiente. Responde à pergunta O QUE EU FAÇO?
Os estudantes se esforçam para resolver os problemas neste nível mudando a maneira que eles estudam ou a quantidade de tempo em que eles estudam ou mudando o modo como eles estudam.
Ambiente - Os esforços de comunicar-se ou mudar neste nível afetam os limites externos dentro dos quais a pessoa tem que viver e reagir. Responde às perguntas ONDE e/ou QUANDO e/ou COM QUEM EU FAÇO ISSO?
Muitos pais ou estudantes tentarão a resolver os problemas da escola neste nível mudando de escola, ou de professores, ou estudando com os amigos ou sozinhos, ou mudando o local onde eles fazem seus estudos.
Muitas das soluções propostas, como leis mais severas sobre armas, toques de recolher, e formas de vestir e outras estão nos níveis do Ambiente e do Comportamento. Se você analisar os principais padrões listados anteriormente, muitas das causas para os comportamentos anti-sociais estão nos níveis lógicos mais elevados. Se sentir alienado da sociedade ou de Deus (ou de algum poder mais elevado) está no topo do nível lógico Espiritual/Sistema Maior bem como uma questão de Identidade. Reunindo-se com um grupo de indivíduos com o mesmo tipo de mentalidade é uma tentativa do estudante de resolver seus problemas no topo dos dois níveis. Assim ele terá uma identidade e pertencimento. Infelizmente, isso não interrompe a alienação, somente a perpetua junto com a fúria. Albert Einstein disse uma vez "você não pode resolver um problema no nível em que foi criado. Você precisa ir para um nível mais elevado." Eu penso que isso também é verdadeiro nesta situação.
A parte interessante disso para mim é que os graduados com certificado de treinamento em "Redescobrindo a Alegria do Aprender" estão BEM qualificados para ajudar a tratar desse problema. Eles aprendem a ensinar os estudantes como aprender e como pensar de um modo positivo sobre a escola. Eles aprendem como dar feedback de modo que aumente a auto-estima. Eles aprendem como mudar as crenças limitantes quando os estudantes atribuem um significado errado a certos eventos. Eles aprendem como o trauma afeta a vida dos estudantes e como ele pode superá-lo. Eles aprendem como tratar da raiva e da fúria e como liberar a emoção do corpo do estudante.
Recentemente uma mãe me chamou. Seu filho de 7 anos foi diagnosticado com Distúrbio de Déficit de Atenção com Hiperatividade (DDAH). Ele estava fora de controle com raiva e fúria e atacava fisicamente seus colegas e mesmo os professores. Ele tinha sido expulso da sala de aula 3 vezes nas ultimas duas semanas. Repetindo seu e-mail – "Donny (nome fictício) teve um acesso de raiva na escola. Ele aranhou um garoto no rosto, nos braços e nas costas. Foi expulso dos programas extra classe e não lhe foi permitido ir a nenhuma viagem da escola a não ser que fosse acompanhado por um adulto. Segundo os professores, ele fica "agitado o dia todo" na escola. Isso significa que ele tem dificuldade de ficar junto com os outros, de prestar atenção e permanecer focado. Ele disse que esses maus pensamentos começam a aparecer de repente na sua cabeça e que ele não consegue pará-los! Ele disse que corre dos professores porque pensa que eles vão machucá-lo."
Eu trabalhei com Donny principalmente sobre sua raiva e sobre o trauma que ele tinha sofrido nas diversas vezes em que foi abusado quando criança. Diversas semanas depois dele ter voltado para casa, recebi o seguinte e-mail da sua mãe "Muito obrigado pelas fotografias! Foi formidável, pois Donny se lembrou imediatamente do que ele estava fazendo e dizendo nas fotos! Ele teve até agora DUAS SEMANAS DE GRANDES, GRANDES DIAS na escola e a sua professora disse que são incríveis as mudanças que ela está presenciando. Ela tem certeza de que o que o Sr. fez com Donny fez uma diferença decisiva."
John Bartlett, um dos graduados de um recente "Redescobrindo a Alegria do Aprender", foi trabalhar como conselheiro do Colorado Youth Challenge Corps em Fort Carson, no Colorado, um lugar tipo acampamento militar para jovens "em risco". Se eles não se comportarem bem, alguns vão para a prisão. Depois que ele leu o rascunho desse artigo, fez os seguintes comentários:
"Baseado na minha experiência de estar trabalhando durante quase um ano com cerca de 200 "jovens em risco", na Corporação de Exceção da Juventude do Colorado em Fort Carson, descobri que os principais padrões dos estudantes que você descreve no artigo "Crianças Atirando em Crianças" se ajustam quase que perfeitamente em nossos jovens.
A avaliação original da juventude confirma os padrões e o contato constante valida-o ainda mais. Os exemplos a seguir podem emprestar alguma credibilidade à sua pesquisa:
Esses jovens raramente tem um trauma que afeta desfavoravelmente sua vida e a escola. Eles têm múltiplos traumas a serem tratados em todos os níveis em função dos tipos de abuso humano que sofreram. Mais de 95% dos jovens no ChalleNGe sofreram algum tipo de trauma.
Uma jovem, uma grande atleta, foi vitima de seis estupros antes de completar 17 anos de idade. Dois foram cometidos por conselheiros, um homem e uma mulher. Um treinador rebaixou seus feitos atléticos porque ela parecia muita convencida e orgulhosa (feedback inapropriado). Ela respondeu aos seus traumas consumindo drogas e álcool (intensificação).
Um adolescente, um americano nativo com quem trabalhei, foi atormentado por uma professora. Ela pegou o trabalho que ele tinha feito, marcou todos os erros e então, em voz alta mostrou para toda classe quão pobre era o trabalho. Ela disse à classe que isso era o melhor que índios e negros podiam fazer (feedback inapropriado). Quanto mais ele avançava na escola, mais se retraía e pior o resultado. Para ele isso validava as palavras da professora – Eu sou um índio. Índios não conseguem fazer isso bem feito (questão de identidade e significado inadequado).
Um jovem com cabelos azuis, corte de cabelo diferente, usando correntes e vestido todo de preto, fugiu de casa quando se aproximou uma mudança logo depois do incidente na Escola Pública de Columbine (significado inadequado). Ele estava totalmente sem vontade de se comunicar sobre qualquer uma das questões. Suas roupas, cabelos, ações, musicas, etc., eram o que ele acreditava que era (busca pela identidade e pertencimento).
Nós acreditamos que quase 50% dos jovens que estão internados nesse lugar foram ou estão associados com gangues num ou noutro nível (procura pela identidade, pertencimento e rebelião do grupo). Uma parcela em torno de 45% está envolvida com algum grupo (por exemplo skaters, góticos, bikers, etc).
Professores com trabalho excessivo, sobrecarregados e irritados podem tropeçar e fazer um comentário inadequado e/ou não passar o tempo suficiente com um estudante e o estudante bloquear esse incidente acima de qualquer outro que o professor tenha feito ou dito durante todo o ano (significado inadequado). Um homem, indignado pela sua incapacidade de ler e de soletrar, culpava seus professores e a escola. Sua freqüência era tão ruim que ele foi expulso da escola elementar. Começou a fumar maconha com a idade de oito anos. Ele e sua mãe tiveram o mesmo encarregado no cumprimento das suas sentenças.
Alguns dos processos e das técnicas que aprendi no seminário me ajudaram consideravelmente com esses jovens. Algumas das técnicas eram muito simples, mas mesmo para essas crianças, elas fizeram muita diferença. A estratégia da soletração, o triângulo dos fatos matemáticos, a estratégia do vocabulário, a estratégia de compreensão da leitura, a dança do DDA, a mudança de crenças em 6 etapas e o uso dos níveis lógicos estão entre as estratégias que funcionaram muito bem.
Um rapaz, graduado do programa, me disse "A razão para se sair bem na escola é que quando as crianças se saem bem, todos são bons amigos dela. Quando eu não conseguia me sair bem na escola, minha vida era uma bagunça e eu não conseguia fazer nada (alienação e busca por identidade e pertencimento). A dança do DDA em quatro etapas fez isso por mim. A estratégia de soletração me fez acreditar que eu ainda podia aprender."
Outro rapaz mudou de atitude quando nós identificamos seu estilo de aprendizagem como auditivo e demos a ele um gravador de fita cassete. Ele alegava que a mudança de crenças em seis etapas fez com que ele realmente acreditasse que podia mudar. Ele completou o ciclo quatro vezes para mudar a crença para "Eu posso aprender." Ele foi graduado com honra na classe, ganhando dois dos cincos prêmios de mérito positivo. Quando lhe perguntavam "Qual foi a melhor coisa que ele aprendeu no ChalleNGe?", ele respondia com convicção "Quando mudei a minha vida, eu entendi quanto eu realmente amava minha família." (busca pela identidade e pertencimento).
Soletrar era divertido para as crianças no ChalleNGe. Eram feitas disputas de soletração com contagem de tempo, soletrando de frente para trás e de trás para frente sem fazer erro. Isso produzia recordes de tempo que eram batidos pelos outros. Era comum ouvir por acaso disputas de soletração nos corredores e na fila do almoço.
Depois dos tiroteios na Escola de Columbine, em dois dias, eu tive ocasião de ver 95% dos jovens em sessões com pequenos grupos. Foi mencionado por seis diferentes crianças, "Antes de começar esse programa, eu podia ter me tornado um atirador. Entendo porque os atiradores fizeram isso. Eu sei como conseguir as armas e sei como fazer bombas com cano!"
Nos meus contatos com os jovens, eu descobri que menos de 3% das crianças não poderiam ser ajudadas com o material que aprendi no curso "Redescobrindo a Alegria do Aprender." A maioria deles realmente se ligam no aprendizado depois que lhes é mostrado como aprender e como acreditar que eles podem aprender. Os outros comportamentos que produzem rupturas desaparecem bem rapidamente.
Eu deixei alguns dos jovens lerem o rascunho desse artigo. Dos jovens que o leram, houve uma esmagadora concordância de 100% de que os padrões estavam corretos."
(Nota interessante – apenas alguns dias depois da tragédia do atirador na Escola de Columbine, a Legislatura do Estado do Colorado votou pelo encerramento do programa da Corporação de Exceção dos Jovens com efeito em 30 Julho de 1999.)
Se nós pudermos ensinar aos pais e aos professores estratégias apropriadas de feedback para serem implementadas no lugar certo, então podemos retirar de nossas mentes esses poderosos sentimentos crescentes de serem discriminados e alienados. Nós podemos também ensinar pais e professores como ajudar os estudantes a encontrar significados mais fortalecedores para atribuir a certos eventos. Nós também podemos ensinar os estudantes como descobrir significados diferentes e mais fortalecedores para os eventos que ocorrem na sua vida diária. Depois sua auto-estima poderia ser elevada e impulsionada ao invés de ser puxada para baixo. De fato, seria muito bonito se nós ensinássemos os estudantes como fazer isso aos seus colegas.
Eu estou na tarefa de estabelecer isso como uma visão e uma missão. Ajuda é certamente necessária nesta faceta das nossas vidas. O mundo está chorando por uma solução. Se você tem a mesma mentalidade e gostaria de se envolver numa visão como essa, junte-se a mim. Me informe como e o que você pode fazer. Se ainda não sabe, me chame ou me contate por outro meio e vamos discutir como você pode fazer uma diferença no mundo! Eu pessoalmente penso que TODOS querem e podem fazer uma diferença no mundo! Você não? Na minha opinião, transformar a vida das crianças faz uma grande diferença para ajudar a tornar esse mundo num lugar melhor. Venha se juntar a mim.
http://www.golfinho.com.br/artigospnl/artigodomes200402.asp