Explorações mente e cérebro - Parte XII
Mark E. Furman O cérebro humano, a organização mais complexa de matéria viva no universo conhecido, possui no nascimento cerca de 200 bilhões de células neuroquímicas ativas. Para realizar esse feito astronômico de desenvolvimento, o cérebro deve colocar no local cerca de 250.000 células por minuto. Cada uma dessas células do cérebro humano irá eventualmente se conectar com outras 1.000 a 200.000 células para formar padrões infinitamente complexos de caminhos de processamento de informações. Todas essas células são dependentes da atividade. Isto significa que a expansão ou a remoção de qualquer caminho do processamento da informação no cérebro é dependente da freqüência de ativação deste caminho por um padrão de informação. Quase a metade de todas as células cerebrais de uma criança humana irão estar cruelmente destruídas dentro dos primeiros meses de vida devido a inatividade. Nós passamos a aceitar esse processo de expurgo como parte natural do desenvolvimento. É possível que essa suposição seja um sério erro. Alguém pode ser tentado a considerar a questão, "Se a vida e morte de cada célula cerebral é dependente da atividade consistente, quanto do potencial supremo de nossos crianças nós destruímos ao não introduzir na época certa os padrões de estímulos corretos (informação) ao seu desenvolvimento?" Da onde vem essa atividade? A capacidade do cérebro para construir os caminhos do processamento da informação é completamente dependente dos padrões de excitação que começam nas células receptoras sensoriais do cérebro. Essas células receptoras sensoriais são ativadas pela informação do ambiente de nossas crianças. Quanto mais rica e mais diversa for a estimulação sensorial, mais complexa se tornará a rede do caminho de processamento da informação. Reciprocamente, quanto mais empobrecido o ambiente sensorial de uma criança, menores e mais fracas serão as conexões neocorticais. Muitos neurocientistas estão conscientes do famoso caso de S.B. Born com uma condição degenerativa da córnea. S.B. sofria de catarata que prejudicava severamente o processamento dos padrões sensoriais visuais. Vindo de um lar muito pobre, ele teve que aprender a atuar virtualmente como uma pessoa cega, pois não havia dinheiro que poderia ser destinado para um procedimento cirúrgico, nesta época, muito caro. Com aproximadamente 50 anos, S.B. permitiu, por recomendação do seu médico, a cirurgia da catarata com a esperança de que, depois da sua retirada, ele seria capaz de ver mais do que as sombras do mundo que tinham se tornado tão familiares. Essa decisão terminou em tragédia. Depois da cirurgia, os testes extensivos começaram. S.B. foi solicitado a desenhar as imagens das coisas que ele estava vendo e nas inspeções dos desenhos pela equipe de pesquisadores, foi descoberto que aspectos chaves de todos os objetos como profundidade e outros detalhes mais precisos, somente discerníveis pelos abstratores do sistema visual, estavam perdidos. Mais tarde foi descoberto que as imagens desenhadas por S.B. foram realizadas pela capacidade do seu cérebro de resumir informações pela sinestesia. Isso significa que ele era capaz de tirar informação separadas dos seus sistemas cinestésicos e táteis e converter esta informação numa representação visual relativamente precisa. Um estudo posterior da atividade cerebral de S.B. feito pela equipe de pesquisadores revelou que S.B. não estava "vendo" e nunca poderia "ver" como nós a conhecemos na verdade; mas somente poderia ser capaz de representar aproximadamente a informação no córtex visual codificando-a primeiro num outro sistema sensorial. Incapaz de entender porque estando perfeitamente bem, os novos dados visuais que recebia não poderiam ser representados em seu cérebro como a "visão" que nós a conhecemos, S.B. se tornou irreversivelmente deprimido e finalmente se matou. Neurocientistas mais tarde descobriram que a parte visual do cérebro de S.B. não se desenvolveu corretamente para representar a visão porque os seus caminhos nervosos foram privados da necessária informação visual (input sensorial visual) necessários para formar o caminho durante os estágios críticos do desenvolvimento do seu cérebro. Conseqüentemente, morreram as conexões vitais entre a lâmina da retina dos olhos e o córtex visual, não deixando nenhum caminho para a nova informação visual trafegar. No caso de S.B., uma coisa ficou clara: cada área do cérebro possui janelas críticas de desenvolvimento que durante a qual, o input do ambiente (qualidade e quantia de informação) para os sistemas sensoriais podem preestabelecer irreversivelmente as limitações para toda a vida de um cérebro. Em muitos casos, como no caso de S.B., o conjunto da limitação funcional será irreversível para sempre. Os últimos dez anos de pesquisa neurocientífica deixaram claro um fato assustador: toda a informação recebida pelos circuitos sensoriais do cérebro humano rápida e continuamente altera o balanço da anatomia física, a fisiologia e o equilíbrio neuroquímico do cérebro humano. De uma maneira simples, a informação percebida, tanto consciente como inconscientemente, continuamente projeta e re-projeta a estrutura e a função do cérebro humano. Guardando na memória essas novas e surpreendentes descobertas, os cientistas conseguiram agora entender a brutal realidade de que a "informação" sem mais nada é uma força que modela continuamente a estrutura, a função e a capacidade do cérebro. Um timing insatisfatório, o tipo ou o equilíbrio desta informação pode originar sérias doenças cerebrais e disfunções afetando tanto a estrutura como a capacidade do cérebro humano. As nossas crianças hoje nascem dentro de um ambiente tecnologicamente mais avançado, o que jamais existiu na história do homem. A velocidade e o volume de informação a ser processada pelo cérebro de uma criança humana mediana originou um maior número de distúrbios das funções do cérebro na história registrada. Os neurocientistas deram o nome de "doença de informação" para essa nova geração de distúrbios de cérebro, e ela usa muitos disfarces: Distúrbio do Déficit de Atenção, Distúrbio do Déficit de Atenção com Hiperatividade, Hipercinético, Deficiente Emocional, SLD, LD, Dislexia, Autismo, Esquizofrenia, Alzheimer e Demência senil. Soa familiar algum desses nomes? Por muitos anos, os cientistas pensaram sobre essas disfunções cerebrais como ardilosamente dissimilar. Hoje, mais de dez anos de estudos funcionais de ressonância magnética do cérebro nos levaram a conclusão que os relacionamentos entre os caminhos corticais dependentes da informação e da atividade é o elo perdido na descoberta da origem comum desses danos cerebrais. Muitos pais concordam, é muito injusto que uma estrutura tão complexa como o cérebro humano deve ser usado corretamente por nós sem a oportunidade de consultar o manual do proprietário. Erros simples podem ter conseqüências devastadoras a longo prazo. O prejuízo funcional e estrutural incorporado por muitas classificações que impedem a aprendizagem, encontra a origem das suas raízes em três áreas do processamento da informação: super-estimulação sensorial, sub-estimulação sensorial e o desequilíbrio entre os sistemas sensoriais estimulados. Acredita-se que esses desequilíbrios da conversão da informação no cérebro sejam responsáveis por muitos mais distúrbios orgânicos do cérebro, do comportamento resultante e de problemas emocionais do que aqueles que nós acabamos de mencionar. E aí que alguns dos acusados desse desequilíbrio da informação são ..... televisão, vídeo games, computadores, música heavy metal, açúcar, cafeína, e-mail, realidade virtual e a lista vai muito além. Superestimulação e subestimulação sensorial: Imagine uma criança que se tornou proficiente nos vídeo games e que assiste a dezenas de horas de televisão antes de ingressar no jardim de infância. O cérebro dessa criança foi condicionado pela velocidade e pelo volume de informação e, por isso, foi assentado no local uma rede altamente complexa de caminhos de processamento de informação. A estimulação prévia desses caminhos estabelece condições de referência ideais para o input de informação, velocidade, variação e intensidade, o qual se tornam totalmente sub-estimulado na caminhada para o ambiente da sala de aula comum, que não sofreu nenhuma alteração tecnológica em quase 200 anos. Imagine agora essa criança, que, nos primeiros anos de sua vida, assistiu shows na televisão compostos com até 70 variações por minuto do angulo das câmeras, tentando focar sua atenção visual num professor na frente da classe de 30 crianças distante do equivalente da variação do angulo de uma câmera. Como alguém poderia esperar que o sistema sensorial visual da criança permaneça dedicado a este professor por mais do que alguns segundos? Esse cenário seria o equivalente a passear de carro durante três horas numa estrada a 140 km/h e ter de diminuir para 30 km/h para contrabalançar um engarrafamento de tráfego. Por quanto tempo você seria capaz de evitar os desgastantes sentimentos de frustração e de impaciência? Não por muito tempo! Como pode um ambiente tradicional de ensino não ficar atrás dos níveis de estimulação sensoriais ideais previamente estabelecidos pelo ambiente da televisão, vídeo games e computadores? Imaginações geradas internamente (devaneios) e movimentos motores excessivos são apenas alguns dos resultados da tentativa do cérebro para equilibrar os caminhos cruzados dos fluxos neurais presentemente sendo subestimulados pelo input sensorial vindo de fora (ambiente de ensino). Essa função de manutenção da estabilidade interna e compensatória do cérebro é constantemente mal percebida como "incapacidade de aprendizagem," normalmente referida como DDA ou DDAH, quando, de fato, esses "sintomas" realmente indicam uma "vantagem no aprendizado" e um sinal para o professor de que o estudante está totalmente sub-estimulado e é realmente capaz de aprender a velocidades muito maiores do que a do atual input da informação. O primeiro objetivo de um pai ou educador é simplesmente entender o que está acontecendo no cérebro da criança que causa esse comportamento demolidor e a aceitar a responsabilidade para a sua correção, e não colocar o encargo na criança de idade escolar e, forçá-la a carregar um rótulo que irá afetar para sempre a sua auto-estima e dar a ela uma desculpa para não viver o seu potencial de forma intensa. O próximo objetivo é se tornar um detetive e descobrir o nível ideal da estimulação sensorial do estudante para a informação visual, auditiva e cinestésica. A informação deve ser acondicionada corretamente e feita sob medida individualmente para cada cérebro humano se ela for aceita. Um modo para extrair um estudante de perto da televisão ou vídeo game é responder com a mesma moeda. Alguns pais milagrosamente descobriram que o sistema multimídia do computador usado para ensinar matemática e inglês em casa, pode rapidamente exigir igual tempo e fixar a atenção do estudante. Quando o professor ou o pai está tentando codificar o padrão da memória, muita consideração deve ser dada em como enriquecer e balançar o input sensorial de todos os sistemas sensoriais. A música pode representar uma parte poderosa nesse processo. Muitos pais se recordam pois ensinaram o "ABC" a seus filhos como uma canção. A música é um poderoso portador de informação e muito do que é codificado rítmica e tonalmente é memorizado permanentemente. A música também pode ser usada para influenciar o ritmo das ondas cerebrais pois assim nós podemos preparar a atividade cerebral do aprendiz para repercutir na mesma velocidade como um novo input sensorial. Colocado de uma maneira simples, nós podemos acelerar ou desacelerar a atividade das ondas cerebrais, a freqüência do coração e da respiração, tocando o tipo certo de música na preparação ou durante uma atribuição. Desequilíbrio entre sistemas sensoriais estimulados: Muitas crianças hoje, marcadas com rótulos de doenças da informação, estão sofrendo de um desequilíbrio na atividade entre os sistemas sensoriais que processam a informação interna e externa, daí resultando os distúrbios funcionais. Muito do que nós consideramos ser inteligência, criatividade, pensamento e habilidades na tomada de decisão, tudo vem da capacidade de fazer distinções altamente refinadas com os nossos sistemas sensoriais bem como transformar as representações feitas num sistema sensorial para outro sistema sensorial. O exemplo clássico é uma criança que é boa nas habilidades de matemática mas quando lhe é dado um problema com palavras, acha isso difícil ou impossível para transformar a representação lingüística numa representação visual ou nos seus símbolos matemáticos ou equações. Outro exemplo clássico é como ensinamos as crianças a ler. Primeiro nós ensinamos a reconhecer segmentos do tamanho de uma letra do alfabeto. Depois ensinamos como reconhecer segmentos da informação do tamanho de uma sílaba e finalmente a palavra inteira. Mais tarde nós reforçamos isso obrigando a criança ler em voz alta, resultando numa criança que pode pronunciar ao invés de ler. A velocidade média de leitura de um adulto excede 250 palavras por minuto (aproximadamente o número de palavras que você pode vocalizar em um minuto). O que nós criamos através desse condicionamento é uma criança ou adulto que entende o que ele lê somente dizendo as palavras para ele mesmo. Essa estratégia de converter uma representação visual numa representação motora articulatória também conduz para uma compreensão pobre. Pessoas que lêem em velocidades acima de 500-700 palavras por minuto aprenderam a converter os símbolos visuais de grupos de palavras em imagens, daí resultando em velocidades mais rápidas de leitura e uma compreensão mais elevada. Mas essa habilidade exige aprender uma capacidade funcional, isto é, a conversão da informação de um centro representacional do cérebro para outro. Se essa capacidade funcional de converter de um centro para outro não está presente ou mesmo levemente enfraquecida, rastreando a história do aprendiz para trás, isso iria revelar um desequilíbrio entre os sistemas sensoriais ativados durante o input dessa informação. Na escola muitos foram ensinados e codificados através de apenas uma modalidade sensorial, resultando num desequilíbrio na estimulação sensorial e uma ausência dos caminhos dependentes de atividade no córtex de associação que devia por outro lado carregar e converter um tipo de informação sensorial para outra. O dano funcional conduz o aprendiz para outro sério problema. A inabilidade para converter sem dificuldade a informação de uma representação de um sistema sensorial para outro, resulta num dramático aumento de tempo necessário para o aprendiz recuperar a informação codificada e deduzir as soluções as quais podem exigir transformações em várias etapas da informação que está sendo representada na memória de trabalho. Esse drástico aumento no tempo de recuperação e no de processamento pode resultar numa grave perda de auto-estima do aprendiz. Em muitos casos, o condicionamento social tem nos motivado a avaliar a efetividade da memória bem como a nossa própria inteligência e a inteligência dos outros em termos de tempo que ela leva para recuperar e processar a informação. Muitos exames de admissão e testes de inteligência também são estruturados dessa maneira. Se o nosso processo mental leva muito tempo, nós simplesmente aceitamos o fato de que nós não podemos lembrar das coisas e que "nós não somos tão inteligentes como as outras crianças." A magia da música: As crianças que têm educação musical consistentemente, mostram uma maior proficiência em todas as habilidades fundamentais à fundação do que nós chamamos de inteligência. A questão na mente dos cientistas nos últimos 30 anos é "a linguagem da música está treinando o cérebro de uma criança para fazer verdadeiramente o quê?" Pesquisas recentes revelaram a abundância de informações nesse tópico. Vamos explorar apenas alguns dos efeitos. Primeiro, quando uma criança é ensinada a ler música, ela é solicitada a fazer distinções visuais altamente refinadas e espaciais. Ela precisa ser capaz de dizer a diferença entre dois pontos localizadas a poucos milímetros um do outro que se parecem exatamente iguais mas estão sentados em diferentes linhas ou espaço de uma pauta. Esse tipo de treinamento cria uma precisão incrível no sistema visual, considerando que a maioria das pessoas perde seus carros no aeroporto ou no estacionamento do shopping onde elas só têm que ser cuidadosas em alguns centenas de metros para voltarem para casa dirigindo e não caminhando. Imagine se cada carro no estacionamento fosse da mesma marca, modelo e cor, e você tivesse que identificar o seu carro a bordo de um helicóptero a 300 metros de altura! A leitura de música é parecida com isto, mas não termina aqui. Uma criança não é solicitada a ler uma linha de padrões de pontos, mas duas, espaçadas aproximadamente de 2 a 5 centímetros. Estas duas linhas de padrões de pontos têm que ser lidas simultaneamente e então convertidas em submodalidades de som pelo córtex auditivo, como a altura do som, o ritmo e o timbre, e finalmente para um padrão motor que precisa trafegar precisamente para a mão esquerda e para a direita, respectivamente. Muitos leitores proficientes de música também percebem que podem processar, simultaneamente, diversas linhas de informação impressas num livro normal na sua língua nativa, no lugar de lerem uma linha por vez como muitos de nós fazemos. Isso é semelhante nas pessoas que foram treinadas para ler em hebreu, que é processado pelo cérebro da direita para a esquerda, e mais tarde, descobrem que podem ler um livro em inglês nas duas direções. Uma vez que foi ensinado ao cérebro a função do código de processamento de uma certa maneira, ele tem a capacidade de utilizar a mesma função num contexto diferente. Assim, esta capacidade pode permanecer invisível por toda a vida do aprendiz até que lhe é mostrado especificamente como usar esta capacidade funcional num novo contexto. Muitos pais de crianças disléxicas descobrem que seus filhos não se comportam dislexicamente lendo música. Eles ficam surpresos com essa observação. Ainda mais surpresos, quando dentro de menos de um ano de estudos, estes mesmos pais descobrem que a dislexia, bem como outras deficiências de leitura, desapareceram completamente. Existem muitas razões do porquê o estudo da música e aprender a tocar um instrumento pode ter esse efeito. Quando for ler um código musical, uma criança precisa aprender a se focar numa medida inteira de tempo. A quantidade de informação em que ela foi treinada a processar numa única olhadela é muitas vezes maior do que o tamanho do segmento da "letra por letra" ou "silaba por silaba" em que ela foi previamente treinada a processar. A palavra "ave" se torna muito facilmente "eva" quando o olho pode somente processar "letra por letra" ao invés de processar "frase por frase" com o qual os leitores de música se tornam acostumados. Ao ler "letra por letra" e tentar se focar em menos do que um degrau do espaço visual de cada vez, um pequeno distúrbio de coordenação dos músculos que controlam o movimento dos olhos pode resultar nas letras de uma palavra serem carregadas para o córtex visual na ordem errada; deste modo mudando "ave" para "eva". Esse erro não é possível com facilidade depois de anos de leitura musical, que desenvolve a coordenação fina muscular dos olhos e expande o tamanho da área visual a qual o cérebro pode codificar a um simples relance. Essa é apenas uma das várias razões de porque o estudo de música pode ser tão mágico no condicionamento dos caminhos de processamento da informação no cérebro. Nenhuma outra linguagem na terra exige distinções mais altamente refinadas a serem feitas simultaneamente nos sistemas visual, auditivo, proprioceptivo, tátil e motor do que a música. Essa estimulação simultânea estabelece uma rede rica de caminhos dependentes de atividade na associação de córtexs do cérebro. Esses caminhos são responsáveis pela conversão de um tipo de informação sensorial em outro e praticamente subordinado a cada processo funcional do que nós consideramos inteligência, criatividade e pensamento. Um dos maiores benefícios contínuos da educação musical é o delicado balanço do desenvolvimento do sistema sensorial por meio da estimulação simultânea dos sistemas sensoriais previamente mencionados. Esse tipo de estimulação forma redes de neurônios ricas processando a informação no córtex de associação e resulta na sinestesia, conhecida para os neurocientistas como a capacidade de representar a entrada da atividade de um sistema sensorial em outro sistema sensorial. Os estudantes que foram ensinados a "ler" corretamente a música, podem "ouvir" as notas que eles "vêm," bem como selecionar o padrão motor apropriado a fim de "tocar" a música. Em adição a todos os outros benefícios, esse equilíbrio do desenvolvimento do sistema sensorial resulta numa maior flexibilidade do estudante na sala de aula quando se depara com comunicação apenas com canais limitados (input para só um sistema sensorial) no ambiente de aprendizagem. A criança educada musicalmente pode se dar bem na aula onde os professores só ensinam falando (somente audição), bem como nas aulas onde os professores simplesmente atribuem leituras (somente visual) ou nas que fazem as crianças executarem tarefas (cinestésico/motor). Cada nova peça de evidência da neurociência que emerge hoje em dia, conduz para uma conclusão irrefutável: as nossas crianças, muito certamente, serão capazes de ultrapassar os sempre crescentes desafios mentais e emocionais e a vida será melhor conduzida com uma educação musical do que sem. Artigo publicado na revista Anchor Point de setembro de 1997 Apresentação - I - II - III - IV - V - VI - VII - VIII - IX - X - XI - XII - ReferênciasTradução publicada no www.golfinho.com.br em Nov/2005 |